quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Etiqueta da Brochada

Existem dois tipos de homem: os que brocham e os que mentem que não brocham.

A brochada é o momento mais delicado das relações sociais humanas, bem distante do segundo lugar - cagar na casa do chefe/namorada/noiva, entupir a privada e transbordar o vaso.

Entupir a privada é fortuito mas a brochada é sempre pessoal. Não há como fugir. O homem se sente falho, frustrado e emasculado. A mulher se sente falha, frustrada e mal-amada.

Não adianta ficar tentando revivar o falecido. Só piora as coisas e aumenta a sensação de fracasso. Vamos combinar que pau é um bicho caprichoso e pronto. Quando ele não quer, não quer.

Não adianta conversar. Tudo o que pode ser dito soa mentiroso, lugar-comum, patético. As mentiras de praxe são ridículas; as verdades, piores ainda. Isso nunca me aconteceu antes, diz o homem. E daí?, responderia a mulher, o que importa é que aconteceu agora e comigo! Nada que se fale vai melhorar alguma coisa e ainda pode piorar.

Vamos combinar que ambos estão ali porque têm tesão um pelo outro. Poderiam estar em outros lugares, fazendo outras coisas. Ninguém está amarrado na cama - hmm, pode ser que estejam, mas enfim. O tesão existe, senão não estariam ali. O pau subir ou não é fortuito.

Via de regra (aliás, via de regra é buceta), as brochadas são piores para os casais que têm menos criatividade. Se só o que sabem fazer é papai-mamãe, então, fudeu.

Imaginem um casal que aluga três filmes. Se um dos DVDs der problema, mesmo que seja o que mais queriam ver, eles desistem logo e vão assistir um dos outros dois. Mas se o casal só alugou um filme, se só querem ver aquele, então vão ficar tentando de tudo quanto for jeito e, quando não conseguirem, vão ficar cansados e frustrados, olhando um pra cara do outro, sem ter o que fazer.

Pessoalmente, se o filme principal der chabu, eu prefiro passar direto pra outras atrações, sem estresse, sem perda de tempo. Sussuro no ouvido dela que meu pau decidiu não participar da brincadeira de hoje e já começo logo alguma outra atividade antes que ela dê pela falta do meu bigolim.

Um homem que brochou é como um pai divorciado comprando o filho com presentes. Não é a mesma coisa que ter um pai sempre presente, mas tem suas vantagens. Já tive uma amiga que disse que eu deveria brochar mais vezes, porque o esforço que faço pra compensar vale a pena a falta do pau. E, se o problema for recorrente, existem pílulas azuis que não são apenas para ficarmos confortáveis no mundo da Matrix.

Como dizia aquele ancião que casou com a menininha: enquanto eu tiver língua e dedo, mulher nenhuma me mete medo.

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