domingo, 25 de dezembro de 2011
São Nicolau de Mira, dito Taumaturgo, também conhecido como São Nicolau de Bari, é o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. É o patrono dos guardas noturnos na Armênia e dos coroinhas na cidade de Bari, na Itália, onde estariam sepultados seus restos.
É aceite que São Nicolau, bispo de Mira, seja proveniente de Patara, na Ásia Menor (Turquia), onde teria nascido na segunda metade do século III, e falecido no dia 6 de dezembro de 342.
Sob o império de Diocleciano, Nicolau foi encarcerado por recusar-se a negar sua fé em Jesus Cristo. Após a subida ao poder de Constantino, Nicolau volta a enfrentar oposição, desta vez da própria Igreja. Diante de um debate com outros líderes eclesiásticos, Nicolau levanta-se e esbofeteia um de seus antagonistas. Isso o impede de permanecer como um líder da Igreja. Nicolau, porém, não se dá por vencido e permanece atuante, prestando auxílio a crianças e outros necessitados.
A ele foram atribuídos vários milagres, sendo daí proveniente sua popularidade em toda a Europa e sua designação como protetor dos marinheiros e comerciantes, santo casamenteiro e, principalmente, amigo das crianças. De São Nicolau, bispo de Mira (Lícia) no século IV, temos um grande número de relatos e histórias, mas é difícil distinguir as autênticas das abundantes lendas que germinaram sobre este santo muito popular, cuja imagem foi tardiamente relacionada e transformada no ícone do Natal, Pai Natal (Papai Noel no Brasil) um velhinho corado de barba branca, trazendo nas costas um saco cheio de presentes.
É tido como acolhedor com os pobres e principalmente com as crianças carentes, o primeiro santo da igreja a se preocupar com a educação e a moral tanto das crianças como de suas mães.
Nicolau de MiraAlgumas Igrejas Ortodoxas, como a Igreja Ortodoxa Russa, lhe honram com a celebração litúrgica do último domingo do ano no calendário juliano. Os cristãos católicos e ortodoxos de ritos copta e bizantino lhe dedicam grande relevo e a celebração de sua vida pastoral tem grande destaque. O calendários romano e bizantino celebram o seu dia como sendo a 6 de dezembro.
Sua devoção difundiu-se na Europa quando as suas relíquias, roubadas de Mira por 62 soldados de Bari, e trazidas a salvo subtraindo-as aos invasores turcos, foram colocadas com grandes honras na catedral de Bari a 9 de maio de 1807. As relíquias eram precedidas pela fama do suposto "taumaturgo" ("fazedor de milagres") e pelas coloridas lendas que cercavam sua figura.
São as lendas que o cercam que proporcionaram e aumentam a sua fama.
É contado que teria conseguido converter hereges que querendo saquear a sua igreja, lá encontrando hóstias consagradas, e, ao tocá-las, elas viraram pão. A mais famosa destas lendas conta que uma família muito pobre não tinha como custear o "dote" para casar as suas filhas. O bispo Nicolau, a noite, jogou um saco de moedas de ouro e prata para ajudar a pagar o referido "dote".
A São Nicolau é atribuído o dom de ressuscitar crianças em sua região (Mira), hoje a localidade de Demre na Turquia. Muitas são as histórias sobre supostas aparições suas; a mais famosa foi no Natal de 1583, na Espanha, quando atendendo as orações de algumas senhoras, teria auxiliado para que nenhum pobre deixasse de receber o seu pão bento. Os pobres, ao serem perguntados sobre a quem lhes teria dado alimento em meio a um "tão pesado inverno", estes teriam dito que foram socorridos por "um senhor de feições muito serenas e mãos firmes".
São estas lendas religiosas e a sua iconização como Papai Noel que fazem Nicolau de Mira ser muito conhecido, mas são também a razão de não termos uma visão clara sobre a vida do mesmo.
São Nicolau é igualmente padroeiro dos estudantes. E nessa condição é cultuado em Guimarães, Portugal. Pelo menos desde 1664 (ano da construção da Capela de São Nicolau) que existem indícios da realização das festas em sua honra, pelos estudantes daquela cidade, também chamados de nicolinos. Estudantes que pouco mais tarde, em 1691, constituíram a Irmandade de São Nicolau, nessa data tendo aprovado os seus estatutos.
Em honra a São Nicolau, padroeiro dos estudantes, realizam-se em Guimarães as Festas Nicolinas, uma das mais antigas celebrações académicas do Mundo, que têm início no dia 29 de Novembro e têm como seu dia mais importante, precisamente o dia 6 de Dezembro (antigo dia dedicado a São Nicolau, por ser o dia do seu falecimento), em que se realizam as Maçãzinhas, número nicolino claramente inspirado na lenda de São Nicolau que salvou as filhas de um estalajadeiro[carece de fontes?].
O culto de São Nicolau é próprio dos países da Europa Central, conhecendo em Guimarães (Portugal), também a sua implantação na Península Ibérica.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Há muitos e muitos anos atrás, em uma cidade muito pequena, vivia uma família muito humilde, mas que sempre soube dar uma educação muito boa para seu casal de filhos: João e Elisa, com 12 e 10 anos.
O Natal se aproximava e o padre da cidade, com a colaboração de alguns membros da comunidade, resolveram montar um presépio em frente à Igreja.
Levaram muito tempo, pois as figuras tinham quase o tamanho natural. Toda a cidade estava muito animada e curiosa para ver o Presépio e participar da bênção que o padre iria dar.
Escolheram a data de 6 de Dezembro para homenagear o Dia de São Nicolau ou a chegada de Papai Noel. Data que é utilizada até os dias de hoje para se montar a árvore de Natal.
No dia da comemoração, João e Elisa se atrasaram e sairam sozinhos de casa. Correram e correram muito. Quando estavam próximos à Igreja, viram um velhinho andando com muita dificuldade, apoiado em sua bengala. Ao se aproximarem ele disse:
- Sou muito velho, e estou perdido, vocês podem me ajudar a chegar até a minha casa ? Eu moro na Rua da Esperança, número 888.
As crianças sabiam que, se ajudassem o velhinho, não conseguiriam ver a tão desejada bênção do padre.
- Elisa, é mais importante ajudar esse pobre velhinho, pois não podemos deixá-lo sozinho. - disse João.
Elisa, com lágrimas nos olhos, baixou a cabeça e concordou. Caminharam os dois levando o velhinho até a sua casa. Lá chegando ele agradeceu e disse:
- Muito obrigado, crianças. Vocês sabiam que no dia de São Nicolau, acontecem muitas coisas mágicas para aqueles que foram bons durante o ano?
Elisa muito envergonhada, disse:
- Nós fomos bons, mas fizemos algumas travessuras.
O velho, comovido, olhou para os olhos dos dois e disse:
- Corram até o presépio para a bênção, pois ainda há tempo.
Os dois se despediram e correram até a praça, mas não havia mais ninguém, só encontraram o presépio que realmente estava muito bonito. A noite estava silenciosa e apenas as estrelas os observavam, cintilando no céu.
Todos tinham trazido presentes e flores para enfeitar o presépio. Tudo estava muito bonito. Como eram pobres e não tinham nada para dar, colheram algumas ervas-daninhas que cresciam por entre as pedras do chão e as colocaram na manjedoura, com muita devoção, ao redor do Menino Jesus.
Nesse momento, perceberam que alguém se aproximava e olharam para trás. Ficaram surpresos ao ver o velho caminhando na direção deles, sem o apoio da bengala. A cada passo que ele dava, o chão se iluminava com um azul brilhante, formando uma trilha de passos azuis. As crianças ficaram olhando, e sentiam em seus corações uma alegria sem fim.
O velho disse:
- Vocês são crianças muito especiais. Todos os anos eu tenho a esperança de ainda encontrar sentimentos puros nos corações dos filhos de Deus. E vejo que ainda existe esperança. Coloquem sua mão esquerda no coração e com a direita toquem essas ervas daninhas que trouxeram como oferenda para o Filho de Deus. As crianças obedeceram e, ao tocarem nas ervas-daninhas, uma luz começou a brilhar e aos poucos foi transformando-as em uma planta muito especial com folhas vermelhas, conhecida e usada nos dias de hoje como a Estrela de Natal ou Poinsettia.
O velho se aproximou das crianças e disse:
- Vocês são um exemplo de bondade e já são abençoadas, nunca se esqueçam desse dia.
João, muito curioso, pergunta:
- Ainda não sabemos o seu nome.
O velhinho ficou uns instantes em silêncio, e disse:
- Podem me chamar de Nicolau.
Nesse momento, o bom velhinho tirou do bolso duas bengalinhas brancas de açúcar com listas vermelhas e deu uma para João e outra para Elisa. Enquanto as crianças olhavam o presente com muita emoção, não viram o velhinho se afastar.
Quando perceberam estavam novamente sozinhos, mas quando olharam melhor, ficaram surpresos ao ver que o velhinho era uma das figuras do presépio que nesse momento sorria para eles.
Já era tarde, e João e Elisa, correram para casa, ansiosos para contar a seus pais o que tinha acontecido.
(R. Aubim)
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
(Do livro Histórias para Aquecer o Coração, de Jack Canfield)
É apenas um pequeno envelope branco pendurado entre os galhos da nossa árvore de Natal. Não tem nome, não tem identificação, não tem dizeres. Se esconde entre os galhos da nossa árvore ha cerca de dez anos.
Tudo começou porque meu marido Mike odiava o Natal. Claro que não era o verdadeiro sentido do Natal, mas seus aspectos comerciais: gastos excessivos, a corrida frenética na ultima hora para comprar uma gravata para o tio Harry e o talco da vovó, os presentes dados com uma ansiedade desesperada porque não tínhamos conseguido pensar em nada melhor.
Sabendo como ele se sentia, um certo ano decidi deixar de lado as tradicionais camisetas, casacos, gravatas e coisas no gênero. Procurei algo especial só para o Mike. A inspiração veio de uma forma um tanto incomum. Nosso filho Kevin, que tinha 12 anos na época, fazia parte da equipe de luta livre da sua escola.
Pouco antes do Natal, houve um campeonato especial contra uma equipe patrocinada por uma igreja da parte mais pobre da cidade. A equipe era formada, em sua maioria, por negros. Esses jovens, que usavam tênis tão velhos que tínhamos a sensação de que os cadarços eram a única coisa que os segurava, contrastavam de forma gritante com nossos filhos, vestidos com impecáveis uniformes azuis e dourados e tênis especiais novinhos em folha.
Quando o jogo começou, fiquei preocupada ao notar que a outra equipe estava lutando sem o capacete de segurança que tinha como intuito proteger os ouvidos dos lutadores. Era um luxo ao qual a equipe dos pé-sujos não podia se dar.
No fim das contas, a equipe da escola do meu filho acabou arrasando com eles. Ganharam em todas as categorias de peso. E cada um dos meninos da outra equipe que levantava do tatame se virava com fúria, fazendo pose de valente, procurando mostrar um orgulho de quem não ligava para a derrota.
Mike, que estava sentado ao meu lado, balançou a cabeça, triste: "Queria que pelo menos um deles tivesse ganhado", disse. "Eles têm muito potencial, mas uma derrota dessas pode acabar com o ânimo deles."
Mike adorava crianças - todas as crianças - e as conhecia bem, pois tinha sido técnico de times mirins de futebol, basquete e vôlei. Foi aí que tive uma idéia para o presente dele. Naquela tarde, fui a uma loja de artigos esportivos e comprei capacetes de proteção e tênis especiais que enviei, sem me identificar, à igreja que patrocinava a equipe adversária.
Na véspera de Natal, coloquei o envelope na árvore com um bilhete dentro, contando ao Mike o que tinha feito e que esse era o meu presente para ele. O mais belo sorriso iluminou o seu rosto naquele Natal. Isso se deu em todos os anos consecutivos.
A cada Natal, eu seguia a tradição: uma vez comprei ingressos para um jogo de futebol para um grupo de jovens com problemas mentais, outra vez enviei um cheque para dois irmãos que tinham perdido a casa num incêndio na semana antes do Natal e assim por diante. O envelope passou a ser o ponto alto do nosso Natal. Era sempre o último presente a ser aberto na manhã de Natal. Nossos filhos, deixando de lado seus novos brinquedos, ficavam esperando ansiosamente o pai pegar o envelope da árvore e revelar o que havia dentro.
As crianças foram crescendo e os brinquedos foram sendo substituídos por presentes mais práticos, mas o envelope nunca perdeu seu encanto. Esse conto não acaba aqui. Perdemos nosso Mike ano passado por causa de um câncer. Quando chegou a época do Natal, eu ainda estava sofrendo tanto que mal consegui montar a árvore. Mas, na véspera de Natal, me vi colocando um envelope na árvore. Na manha seguinte, havia mais três envelopes junto a ele. Cada um de nossos filhos, sem o outro saber, tinha colocado um envelope na árvore para o pai.
A tradição cresceu e, um dia, se expandirá ainda mais e nossos netos se reunirão em volta da árvore, ansiosos para saber o que há no envelope retirado da árvore por seus pais. O espírito de Mike, assim como o espírito do Natal, estará sempre conosco.
Vamos todos lembrar de Jesus, que é o motivo dessa comemoração e o verdadeiro espirito do Natal este ano e sempre. Deus o abençoe.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
(Trecho extraído do livro O Alquimista, de Paulo Coelho)
Nossa Senhora, com o Menino Jesus em seus braços, resolveu descer à Terra e visitar um mosteiro. Orgulhosos, todos os padres fizeram uma grande fila, e cada um chegava diante da Virgem para prestar sua homenagem. Um declamou belos poemas, outro mostrou suas iluminuras para a Bíblia, um terceiro disse o nome de todos os santos. E assim por diante, monge após monge, homenageou Nossa Senhora e o Menino Jesus.
No último lugar da fila, havia um padre, o mais humilde do convento, que nunca havia aprendido os sábios textos da época. Seus pais eram pessoas simples, que trabalhavam num velho circo das redondezas, e tudo que lhe haviam ensinado era atirar bolas para cima e fazer alguns malabarismos.
Quando chegou sua vez, os outros padres quiseram encerrar as homenagens, porque o antigo malabarista não tinha nada de importante para dizer, e podia desmoralizar a imagem do convento. Entretanto, no fundo do seu coração, também ele sentia uma imensa necessidade de dar alguma coisa de si para Jesus e a Virgem.
Envergonhado, sentindo o olhar reprovador de seus irmãos, ele tirou algumas laranjas do bolso e começou a jogá-las para cima, fazendo malabarismos, que era a única coisa que sabia fazer.
Foi só neste instante que o Menino Jesus sorriu, e começou a bater palmas no colo de Nossa Senhora. E foi para ele que a Virgem estendeu os braços, deixando que segurasse um pouco o menino.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Os Pinheiros, Conto de Natal
Havia em uma linda floresta de pinheiros. Alguns que conversavam entre si. Um pinheiro dizia ao outro: Estou cansado da floresta. Gostaria que um lenhador me cortasse e me levasse para ser um majestoso mastro de navio. Como adoro o mar! Como queria conhecer outros lugares, estar em cada porto. Deve ser emocionante!
Outro pinheiro já pensava assim:
Eu gostaria de ser levado para uma serraria e de que minha madeira fosse transformada em um bonito móvel. Um piano por exemplo... onde um pianista sensível fizesse vibrar as harmoniosas sonoridade que sairiam do meu interior. Como eu gostaria de ser um piano.
Havia ainda, um lindo e pequenino pinheiro que suspirando dizia: Ah! Quem me dera ser uma árvore de Natal, em uma residência com grandes salas, ricos tapetes e lustres, espelhos e quadros. Finos cristais de festa. Muitas crianças a minha volta, e entre meus ramos ricos presentinhos, bolas coloridas, velas multicores, balas doces e bombons. Que alegria, que felicidade! Nada poderia ser igual.
No entanto na floresta a beleza da natureza não era apreciada pelos pinheiros descontentes. O sol todas as manhãs vinha beijar-lhes a copa esverdeada. Os pássaros cantavam em seus ramos e os insetos zumbiam, zumbiam.
O aroma das pequenas flores silvestres não os sensibilizavam. Os esquilos brincavam a sua volta e de vez em quando algumas lebres saltitantes apareciam para conversar, uma com as outras. Mas os pinheiros tinham outros sonhos. A claridade da lua, o frescor das madrugadas, não os enterneciam. Sonhavam com uma felicidade distante.
Um dia, um lenhador, cortou-os e foram levados separadamente. Não sabemos para onde todos foram, porem acompanhamos o mais pequenino que desejava ser árvore de Natal. Vamos encontra-lo, engalanado de enfeites e guloseimas, assim mesmo como houvera sonhado. Estava radiante! Que alegria, como estava bonito! As crianças brincavam ao seu redor. Tantos presentes em caixas estavam colocados aos eus pés. A festa foi maravilhosa: porem o contentamento não durou muito. Lá pela meia noite todos queriam os presentes e as crianças, arrancaram-lhe todas as bolas e uma vela caiu acesa e começou a queimar-lhe um galho - ai, ai, ai, gemeu o pobre pinheiro.
No outro dia, puseram-no em um porão junto a outras coisas velhas, e ali ficou , esquecido de todos. Seus ramos e folhas antes tão verdes e viçosos estavam agora amarelecidos e murchos. Estava triste e infeliz, arrependido de seu sonho. Sentia saudades da floresta agora. O sol, os pássaros as borboletas, os coelhos e os esquilos pulando e brincando ao seu redor distraiam-no tanto! Que saudades! Só os ratinhos visitavam-no, casualmente. Um dia um passou e perguntou-lhe:
Sabe onde fica a cozinha? Estou com tanta fome, com vontade de comer um naco de toucinho ou de queijo. Não sei respondeu o pinheiro, mas estou tão só, não me deixes,
Fique aqui comigo.
Não, não disse o ratinho tenho que correr, correr... Lá se foi e aqui ficou o pobre pinheiro, chorando a sua solidão.
Passou o tempo, foi-se o verão outono e já vinha o inverno e o nosso pinheiro estava velho e seco. Um dia o dono da casa resolveu fazer uma limpeza no porão e tirou o pobre pinheiro para o quintal, mandando o jardineiro cortá-lo para o fogo. As crianças ainda acharam uma estrela que servira-lhe de enfeite, quando estivera na sala como árvore de Natal. É minha disse o menino, e arrancou-lhe a peça, cheio de alegria.
As últimas lágrimas, fluíram para a infeliz árvore.
Feita em pedaços foi aproveitada para uma fogueira, e de seu tronco e poucas ramagens, restou apenas um punhado de cinzas.
As crianças estiveram ao seu redor, aproveitando o calor das chamas para o aquecimento de suas de suas mãos. O pinheiro era matéria que se transformou em energia, disse o menino maior que já conhecia ciência.
Moral: devemos estar contentes onde Deus nos colocou.
Fazemos o nosso destino, dentro da Lei de Causa e Efeito.
Também nada se perde, tudo se transforma.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Conto de Natal (Rubem Braga)
Sem dizer uma palavra, o homem deixou a estrada andou alguns metros no pasto e se deteve um instante diante da cerca de arame farpado. A mulher seguiu-o sem compreender, puxando pela mão o menino de seis anos.
— Que é?
O homem apontou uma árvore do outro lado da cerca. Curvou-se, afastou dois fios de arame e passou. O menino preferiu passar deitado, mas uma ponta de arame o segurou pela camisa. O pai agachou-se zangado:
— Porcaria...
Tirou o espinho de arame da camisinha de algodão e o moleque escorregou para o outro lado. Agora era preciso passar a mulher. O homem olhou-a um momento do outro lado da cerca e procurou depois com os olhos um lugar em que houvesse um arame arrebentado ou dois fios mais afastados.
— Péra aí...
Andou para um lado e outro e afinal chamou a mulher. Ela foi devagar, o suor correndo pela cara mulata, os passos lerdos sob a enorme barriga de 8 ou 9 meses.
— Vamos ver aqui...
Com esforço ele afrouxou o arame do meio e puxou-o para cima.
Com o dedo grande do pé fez descer bastante o de baixo.
Ela curvou-se e fez um esforço para erguer a perna direita e passá-la para o outro lado da cerca. Mas caiu sentada num torrão de cupim!
— Mulher!
Passando os braços para o outro lado da cerca o homem ajudou-a a levantar-se. Depois passou a mão pela testa e pelo cabelo empapado de suor.
— Péra aí...
Arranjou afinal um lugar melhor, e a mulher passou de quatro, com dificuldade. Caminharam até a árvore, a única que havia no pasto, e sentaram-se no chão, à sombra, calados.
O sol ardia sobre o pasto maltratado e secava os lameirões da estrada torta. O calor abafava, e não havia nem um sopro de brisa para mexer uma folha.
De tardinha seguiram caminho, e ele calculou que deviam faltar umas duas léguas e meia para a fazenda da Boa Vista quando ela disse que não agüentava mais andar. E pensou em voltar até o sítio de «seu» Anacleto.
— Não...
Ficaram parados os três, sem saber o que fazer, quando começaram a cair uns pingos grossos de chuva. O menino choramingava.
— Eh, mulher...
Ela não podia andar e passava a mão pela barriga enorme. Ouviram então o guincho de um carro de bois.
— Oh, graças a Deus...
Às 7 horas da noite, chegaram com os trapos encharcados de chuva a uma fazendinha. O temporal pegou-os na estrada e entre os trovões e relâmpagos a mulher dava gritos de dor.
— Vai ser hoje, Faustino, Deus me acuda, vai ser hoje.
O carreiro morava numa casinha de sapé, do outro lado da várzea. A casa do fazendeiro estava fechada, pois o capitão tinha ido para a cidade há dois dias.
— Eu acho que o jeito...
O carreiro apontou a estrebaria. A pequena família se arranjou lá de qualquer jeito junto de uma vaca e um burro.
No dia seguinte de manhã o carreiro voltou. Disse que tinha ido pedir uma ajuda de noite na casa de “siá” Tomásia, mas “siá” Tomásia tinha ido à festa na Fazenda de Santo Antônio. E ele não tinha nem querosene para uma lamparina, mesmo se tivesse não sabia ajudar nada. Trazia quatro broas velhas e uma lata com café.
Faustino agradeceu a boa-vontade. O menino tinha nascido. O carreiro deu uma espiada, mas não se via nem a cara do bichinho que estava embrulhado nuns trapos sobre um monte de capim cortado, ao lado da mãe adormecida.
— Eu de lá ouvi os gritos. Ô Natal desgraçado!
— Natal?
Com a pergunta de Faustino a mulher acordou.
— Olhe, mulher, hoje é dia de Natal. Eu nem me lembrava...
Ela fez um sinal com a cabeça: sabia. Faustino de repente riu. Há muitos dias não ria, desde que tivera a questão com o Coronel Desidério que acabara mandando embora ele e mais dois colonos. Riu muito, mostrando os dentes pretos de fumo:
— Eh, mulher, então “vâmo” botar o nome de Jesus Cristo!
A mulher não achou graça. Fez uma careta e penosamente voltou a cabeça para um lado, cerrando os olhos. O menino de seis anos tentava comer a broa dura e estava mexendo no embrulho de trapos:
— Eh, pai, vem vê...
— Uai! Péra aí...
O menino Jesus Cristo estava morto.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
MISTÉRIO NA RUA ( WANDERLINO ARRUDA )
Manhã de sol,
manhã de luz,
alegria em toda parte.
Gente que vai, gente que vem,
muito mistério em todos os olhos:
deve haver um interesse na rua,
pois muitos caminham depressa,
como nem sempre acontece.
Por que tanta curiosidade, meu Deus?
Deixe estar... paciência...
depois vem a notícia no rádio
ou a imagem na tevê.
Na dúvida, leia o jornal amanhã cedinho.
manhã de luz,
alegria em toda parte.
Gente que vai, gente que vem,
muito mistério em todos os olhos:
deve haver um interesse na rua,
pois muitos caminham depressa,
como nem sempre acontece.
Por que tanta curiosidade, meu Deus?
Deixe estar... paciência...
depois vem a notícia no rádio
ou a imagem na tevê.
Na dúvida, leia o jornal amanhã cedinho.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Crônicas de Luis Fernando Veríssimo
Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender
1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".
8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.
Luís Fernando Veríssimo
1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".
8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.
Luís Fernando Veríssimo
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
nossa senhora
Cubra-me com seu manto de amor
Guarda-me na paz desse olhar
Cura-me as feridas e a dor me faz suportar
Que as pedras do meu caminho
Meus pés suportem pisar
Mesmo ferido de espinhos me ajude a passar
Se ficaram mágoas em mim
Mãe tira do meu coração
E aqueles que eu fiz sofrer, peço perdão
Se eu curvar meu corpo na dor
Me alivia o peso da cruz
Interceda por mim minha Mãe, junto a Jesus
Nossa Senhora me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Nossa Senhora me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim
Sempre que o meu pranto rolar
Ponha sobre mim suas mãos
Aumenta minha fé e acalma o meu coração
Grande é a procissão a pedir
A misericórdia, o perdão
A cura do corpo e pra alma, a salvação
Pobres pecadores oh Mãe
Tão necessitados de Vós
Santa Mãe de Deus, tem piedade de nós
De joelhos aos Vossos pés
Estendei a nós Vossas mãos
Rogai por todos, nós Vossos filhos, meus irmãos
Nossa Senhora me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim...
terça-feira, 11 de outubro de 2011
ORIGEM DA EXPRESSÃO MINEIRA “UAI“
O jeito típico do falar do povo mineiro já foi alvo de comentários jocosos. Não é difícil encontrar a imagem do mineiro matuto, que masca capim, enquanto faz construções gramaticais erradas e corta as palavras ao meio. Identificar estereótipos formados pelo senso comum e apontar características genuínas do modo de falar dos mineiros é “A construção de um dialeto: o ´mineirês´ belo-horizontino.
Nó! Mas que trem bom, uai!
A interjeição uaí, uma das mais associadas ao modo de falar dos mineiros.
Os bons dicionários e gramáticas do ramo costumam dizer da expressão uai, com pequenas variações, mais ou menos o seguinte: trata-se de uma interjeição usada para exprimir surpresa, espanto, susto, impaciência, terror ou admiração, ou ainda para reforçar o que se disse antes; que é usada no Brasil, sobretudo em Minas Gerais, e também em Portugal, na ilha dos Açores, onde equivale a duas outras interjeições: «Ah!» e «Oh!»
Uma interjeição, «é uma espécie de grito com que traduzimos de modo vivo as nossas emoções». Muitas vezes, são formadas por onomatopé(e)ias (o nome dado àquelas tentativas de fazer com que a palavra imite um som).
Acredita-se que a origem do «uai» estaria na fusão das interjeições opa! (ou upa!)+ôi+ai, que aparecem assim juntinhas, por exemplo, na página 353 de Sagarana, o grande (em todos os sentidos) romance do escritor mineiro João Guimarães Rosa.
A essa hipótese podemos juntar outra. A que, um professor mineiro, defendeu no V Congresso de Ciências Humanas, Letras e Artes, realizado na Universidade Federal de Ouro Preto, em Agosto de 2001.
Segundo ele, tudo começou quando um vilarejo chamado Gongo Soco, onde se explorava ouro, foi comprado pela “Imperial Brazilian Mining Association”, o que resultou na instalação da primeira empresa britânica em Minas Gerais. Durante as quase três décadas, de 1824 a 1856, em que os ingleses ali estiveram Gongo Seco, afirma o professor, foi transformado numa autêntica vila inglesa. E passo a citá-lo:
«Pode ser atribuída ao convívio com esses e outros ingleses que residiram na província a utilização por parte dos mineiros da interjeição “Uai!” (que exprime surpresa e/ou espanto), a qual possui semelhanças fonéticas e semânticas com o vocábulo “Why” utilizado na língua inglesa com o mesmo sentido do nosso “por quê?”, ou como interjeição, assumindo, neste caso, o mesmo sentido do Uai mineiro. Notemos que o Uai mineiro e o “Why” britânico possuem a mesma representação fonética; e notemos ainda que o Uai é a expressão da língua portuguesa falada no Brasil que mais se relaciona com a identidade mineira.»
Os ingleses foram embora, mas o Uai nacionalizou-se. Ou melhor, mineirizou-se. Segundo o prescrito nas noções de Minerês para “estrangeiros”, «Uai é indispensável, significa nada e tudo ao mesmo tempo. Tudo “depende do contexto e da entonação.»
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
PÃO DE QUEIJO
O médico estava namorando a enfermeira Margareth e ela acabou engravidando;
Ele, não querendo que sua mulher descobrisse, deu dinheiro à enfermeira, pediu que ela voltasse para sua cidade natal em Minas Gerais, e tivesse o bebê lá.
- Como vou avisá-lo quando o bebê nascer?
- Mande um postal e escreva "PÃO DE QUEIJO".
Eu cuidarei de todas as despesas da criança.
Alguns meses se passaram, um dia quando o médico chegou em casa, a esposa disse:
- Você recebeu um cartão postal de Minas Gerais
e eu não consigo entender o significado da mensagem.
Ele leu o cartão e caiu no chão com um violento ataque cardíaco, foi levado à emergência do hospital.
O cardiologista perguntou à esposa:
- Aconteceu algo que possa ter causado o ataque ?
- Ele apenas leu este cartão postal:
"Cinco pães de queijo: Três com linguiça e dois sem".
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
O velório
Aquele era o velório de Everaldino, uma rapaz moço
vítima de uma congestão alimentar ocorrida depois de almoçar,
num restaurante a quilo, um prato de 1 Kg e 200 g de bucho.
Os amigos e parentes velaram-no em Feira de Santana.
Já passava das dez da noite quando chegou Arinelsom,
seu irmão e melhor amigo.
Ele correu até o caixão, beijou a testa do irmão,
abraçou sua mãe e seu pai, consolando-os Seu Nelson,
pai do finado, não continha as lágrimas nem as lamentações.
- Ah meu filho! Por que não fui eu no lugar de seu irmão.
- Não fala isso pai! O lá de cima pode escutar.
Neste instante chegou ao velório Tobias,
amigo das farras de Arinelsom e de Everaldino.
Trazia numa sacola seis garrafas de cana e uma peça de mortadela inteira.
- Escutem todos. Durante toda vida o falecido nunca
dispensou uma boa farra. Uma vez ele disse que gostaria que
no seu velório, fizessem uma boa farra.
Vamos ou não vamos fazer a vontade do "de cujus"?
Poucos instantes depois o silêncio da capela virou
vozerio e gargalhadas. Arrumaram uns copos e todo
mundo entrou na pinga. Fatiaram o morto, digo, a mortadela,
ligaram um radinho de pilha e o arrasta-pé estava formado.
Com o cansaço da vigília e completamente embriagados,
um a um dos farristas foram adormecendo.
O último a cair foi Nelson. Mais curtido pelos anos de cachaça,
bebeu até a última gota. Porém antes de apagar ouviu uma
estranha voz que parecia vir do outro mundo.
- Nelson, suas preces foram ouvidas.
E ele foi ao chão.
De manhã, na hora do enterro, Arinelson e Everaldino
abraçavam sua mãe, enquanto ela recebia as condolências de viúva.
Próximo ao túmulo dois amigos, Noé e Serafim,
companheiros das farras do que partiu, cochichavam.
- Noé, eu podia jurar que ontem a noite estava velando o
Everaldino e não o seu Nelson.
- Tu sabes que eu também! Mas quem está no caixão é seu Nelson.
O Everaldino tá bem vivo.
- É melhor a gente calar a boca, se não vão pensar
que nós bebemos demais ontem a noite.
vítima de uma congestão alimentar ocorrida depois de almoçar,
num restaurante a quilo, um prato de 1 Kg e 200 g de bucho.
Os amigos e parentes velaram-no em Feira de Santana.
Já passava das dez da noite quando chegou Arinelsom,
seu irmão e melhor amigo.
Ele correu até o caixão, beijou a testa do irmão,
abraçou sua mãe e seu pai, consolando-os Seu Nelson,
pai do finado, não continha as lágrimas nem as lamentações.
- Ah meu filho! Por que não fui eu no lugar de seu irmão.
- Não fala isso pai! O lá de cima pode escutar.
Neste instante chegou ao velório Tobias,
amigo das farras de Arinelsom e de Everaldino.
Trazia numa sacola seis garrafas de cana e uma peça de mortadela inteira.
- Escutem todos. Durante toda vida o falecido nunca
dispensou uma boa farra. Uma vez ele disse que gostaria que
no seu velório, fizessem uma boa farra.
Vamos ou não vamos fazer a vontade do "de cujus"?
Poucos instantes depois o silêncio da capela virou
vozerio e gargalhadas. Arrumaram uns copos e todo
mundo entrou na pinga. Fatiaram o morto, digo, a mortadela,
ligaram um radinho de pilha e o arrasta-pé estava formado.
Com o cansaço da vigília e completamente embriagados,
um a um dos farristas foram adormecendo.
O último a cair foi Nelson. Mais curtido pelos anos de cachaça,
bebeu até a última gota. Porém antes de apagar ouviu uma
estranha voz que parecia vir do outro mundo.
- Nelson, suas preces foram ouvidas.
E ele foi ao chão.
De manhã, na hora do enterro, Arinelson e Everaldino
abraçavam sua mãe, enquanto ela recebia as condolências de viúva.
Próximo ao túmulo dois amigos, Noé e Serafim,
companheiros das farras do que partiu, cochichavam.
- Noé, eu podia jurar que ontem a noite estava velando o
Everaldino e não o seu Nelson.
- Tu sabes que eu também! Mas quem está no caixão é seu Nelson.
O Everaldino tá bem vivo.
- É melhor a gente calar a boca, se não vão pensar
que nós bebemos demais ontem a noite.
sábado, 27 de agosto de 2011
CONTO DO MINEIRO
Sapassado, era setsetembro, taveu na cuzinha tomanu
pincumel e cuzinhando um kidicarne com
mastumate pra fazê um macarronada com galinhassada.
Quascaí de susto, quandoví um barúi vinde dendoforno, parecenum tidiguerra.
A receita mandopô midipipoca denda galinha prassá.
O forno isquentô, o mii misturô e o fiofó da galinha ispludiu!
Nossinhora!
Fiquei branco quinein um lidileite. Foi um trem doidimais!
Quascaí dendapia!
Fiquei sensabê doncovim, proncovô, oncotô.
Oiprocevê quilucura!
Grazadeus ninguém simaxucô!
segunda-feira, 18 de julho de 2011
sábado, 16 de julho de 2011
sexta-feira, 15 de julho de 2011
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Amor es lo que queda en una relación cuando se ha prescindido de todo el egoísmo.
Amor é o que resta em uma relação quando se dispensa de todo o egoísmo. (Cullen Hightower)
La verdad es que amamos la vida, no porque estemos acostumbrados a ella, sino porque estamos acostumbrados al amor.
A verdade é que amamos a vida, não porque estamos acostumados a ela, senão porque estamos acostumados ao amor. (Frederich Nietzsche)
El amor fue hecho para ser mostrado. El recorrido del verdadero amor nunca fue un camino de rosas.
O amor foi feito para ser mostrado. O caminho do verdadeiro amor nunca foi um caminho de rosas. (William Shakespeare)
quinta-feira, 7 de julho de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Alma e Peregrino (Autor Irene Coimbra)
- O que está lendo, Peregrino?
- Provérbios de Salomão.
- Você gosta de provérbios?
- Muito. Ouça este: “Do homem são as preparações do coração, mas do Senhor a resposta da boca.” Uma grande verdade, não acha?
- Sim. Às vezes nos preparamos tanto pra falar com alguém e quando chega o momento de falar, não falamos nada do que preparamos.
- Veja este: “O Senhor reserva a verdadeira sabedoria para os retos: escudo é para os que andam em sinceridade.” O que me diz?
- Que quero andar sempre em retidão e sinceridade, para ter a Verdadeira Sabedoria e o Senhor como meu escudo.
- O que me diz deste? - “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”
- Pelo menos para mim, está mais que provado. Se alguém fala brandamente comigo, posso estar furiosa que me acalmo logo. Mas se fala duramente, nem sei em que posso me transformar.
- Escuta este: “Até o tolo quando se cala será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios por entendido.” Você já viu algum tolo se calar?
- Não. Acho que estou precisando colocar em prática esse provérbio. Ultimamente tenho falado demais.
- E este aqui: “As riquezas granjeiam muitos amigos, mas ao pobre o seu próprio amigo o deixa.” o que me diz dele?
- Digo que está correto. Já viu como as pessoas ricas são bajuladas? O pobre fica sempre de lado. Mas, me diga, você só gosta de Provérbios?
- Não, gosto de Salmos também.
- Qual deles, por exemplo?
- O vinte e três. Gosto muito do versículo quatro: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado me consolam.”
- É, ele dá uma força muito grande pra gente.
- Veja o versículo dois do capítulo dezoito: “O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.”
- O rei Davi foi um grande salmista, não foi?
- Sim, e são tantos os Salmos que nos passam mensagens de ânimo e fé, que se fôssemos ficar aqui comentando não terminaríamos nunca.
- Você tem razão, Peregrino.
- Sabe, Alma, antes de começar a ler a Bíblia, eu estava pensando nos mistérios da vida...
- Que mistérios?
- A própria palavra “mistério”, pra mim já é um mistério.
- É. Mas acho que não devemos ficar preocupados com "mistérios".
- Como não? Tenho milhões de perguntas e não consigo encontrar as respostas.
- Qual a sua religião?
- Não tenho religião. Elas me enfadam e os pastores me aborrecem.
- Mas, você estava lendo a Bíblia...
- E daí? Gosto de ler qualquer coisa que seja filosófica. E a Bíblia, pra mim, é filosofia.
- Pensei que fosse um missionário.
- Sou apenas um peregrino sonhador. Como dizia o poeta Antero de Quental:
"Sonho que sou um cavaleiro andante,
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante,
O Palácio encantado da Ventura!"
Mas, já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d’ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - nada mais!”
- Que bonito! Sei um também!
“Tu, que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno,
Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno,
Afugentou as larvas tumulares...
Para fazer surgir do seio desses mares,
Um mundo novo espera só um aceno...
Escuta! é a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! são canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!
Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!”
- Onde encontrou esse soneto, Alma?
- Na mesma fonte onde encontrou o seu.
- Por acaso, também anda à procura do “Palácio Encantado da Ventura?”
- Não. Já encontrei o meu.
- Já? Onde?
- Venha, vou mostrar-lhe.
- Não vá me dizer que é alguma igreja?
- Não, Peregrino, é mais que uma igreja. Vamos ouvir o Mestre.
- Que Mestre?
- Aquele que responderá suas perguntas.
- Lá vem você com seus enigmas, Alma.
- Não é nenhum enigma.
- Então o que é?
- O que você busca anelante.
- E o que busco?
- O que acabou de dizer, agora mesmo.
- Só recitei um soneto.
- Com o qual se identificou.
- Você leva tudo ao pé da letra.
- Estou tentando ajudá-lo, meu Santo Agostinho.
- O que quer dizer com “Santo Agostinho”?
- É me lembrei desse filósofo. Gostaria de ouvir um pedacinho de sua história?
- Claro! Você é minha contadora de histórias predileta.
- Um filósofo chamado Agostinho, andava um dia pela praia, pensando nos mistérios da vida. De repente parou e ficou observando um menininho que, com uma conchinha, ia até ao mar, enchia-a de água, vinha e colocava aquela água dentro de um buraquinho que havia na areia. Por muito tempo ficou observando aquela cena. O menininho parecia incansável no seu trabalho. Aproximou-se dele e perguntou:
- O que você está fazendo, menininho?
- Não está vendo? - respondeu o menininho - Vou colocar toda a água do mar neste buraquinho.
- Mas não vê que isso é impossível? disse o filósofo.
- É mais fácil colocar toda a água do mar neste buraquinho, do que colocar todos os mistérios de Deus na sua cabeça. - respondeu o menininho.
Daquele dia em diante o filósofo deixou de tantas indagações, pois reconheceu naquele menininho o Mestre dos Mestres. Gostou?
- Sempre gosto de ouvir suas histórias. E qual a mensagem pra mim?
- Não deixe que os mistérios de Deus o enlouqueçam. Brevemente todos lhe serão revelados. Agora vamos.
- Está bem, Alma, sei que não vai desistir. Aonde vamos?
- Ao Infinito.
- Provérbios de Salomão.
- Você gosta de provérbios?
- Muito. Ouça este: “Do homem são as preparações do coração, mas do Senhor a resposta da boca.” Uma grande verdade, não acha?
- Sim. Às vezes nos preparamos tanto pra falar com alguém e quando chega o momento de falar, não falamos nada do que preparamos.
- Veja este: “O Senhor reserva a verdadeira sabedoria para os retos: escudo é para os que andam em sinceridade.” O que me diz?
- Que quero andar sempre em retidão e sinceridade, para ter a Verdadeira Sabedoria e o Senhor como meu escudo.
- O que me diz deste? - “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”
- Pelo menos para mim, está mais que provado. Se alguém fala brandamente comigo, posso estar furiosa que me acalmo logo. Mas se fala duramente, nem sei em que posso me transformar.
- Escuta este: “Até o tolo quando se cala será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios por entendido.” Você já viu algum tolo se calar?
- Não. Acho que estou precisando colocar em prática esse provérbio. Ultimamente tenho falado demais.
- E este aqui: “As riquezas granjeiam muitos amigos, mas ao pobre o seu próprio amigo o deixa.” o que me diz dele?
- Digo que está correto. Já viu como as pessoas ricas são bajuladas? O pobre fica sempre de lado. Mas, me diga, você só gosta de Provérbios?
- Não, gosto de Salmos também.
- Qual deles, por exemplo?
- O vinte e três. Gosto muito do versículo quatro: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado me consolam.”
- É, ele dá uma força muito grande pra gente.
- Veja o versículo dois do capítulo dezoito: “O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.”
- O rei Davi foi um grande salmista, não foi?
- Sim, e são tantos os Salmos que nos passam mensagens de ânimo e fé, que se fôssemos ficar aqui comentando não terminaríamos nunca.
- Você tem razão, Peregrino.
- Sabe, Alma, antes de começar a ler a Bíblia, eu estava pensando nos mistérios da vida...
- Que mistérios?
- A própria palavra “mistério”, pra mim já é um mistério.
- É. Mas acho que não devemos ficar preocupados com "mistérios".
- Como não? Tenho milhões de perguntas e não consigo encontrar as respostas.
- Qual a sua religião?
- Não tenho religião. Elas me enfadam e os pastores me aborrecem.
- Mas, você estava lendo a Bíblia...
- E daí? Gosto de ler qualquer coisa que seja filosófica. E a Bíblia, pra mim, é filosofia.
- Pensei que fosse um missionário.
- Sou apenas um peregrino sonhador. Como dizia o poeta Antero de Quental:
"Sonho que sou um cavaleiro andante,
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante,
O Palácio encantado da Ventura!"
Mas, já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d’ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - nada mais!”
- Que bonito! Sei um também!
“Tu, que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno,
Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno,
Afugentou as larvas tumulares...
Para fazer surgir do seio desses mares,
Um mundo novo espera só um aceno...
Escuta! é a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! são canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!
Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!”
- Onde encontrou esse soneto, Alma?
- Na mesma fonte onde encontrou o seu.
- Por acaso, também anda à procura do “Palácio Encantado da Ventura?”
- Não. Já encontrei o meu.
- Já? Onde?
- Venha, vou mostrar-lhe.
- Não vá me dizer que é alguma igreja?
- Não, Peregrino, é mais que uma igreja. Vamos ouvir o Mestre.
- Que Mestre?
- Aquele que responderá suas perguntas.
- Lá vem você com seus enigmas, Alma.
- Não é nenhum enigma.
- Então o que é?
- O que você busca anelante.
- E o que busco?
- O que acabou de dizer, agora mesmo.
- Só recitei um soneto.
- Com o qual se identificou.
- Você leva tudo ao pé da letra.
- Estou tentando ajudá-lo, meu Santo Agostinho.
- O que quer dizer com “Santo Agostinho”?
- É me lembrei desse filósofo. Gostaria de ouvir um pedacinho de sua história?
- Claro! Você é minha contadora de histórias predileta.
- Um filósofo chamado Agostinho, andava um dia pela praia, pensando nos mistérios da vida. De repente parou e ficou observando um menininho que, com uma conchinha, ia até ao mar, enchia-a de água, vinha e colocava aquela água dentro de um buraquinho que havia na areia. Por muito tempo ficou observando aquela cena. O menininho parecia incansável no seu trabalho. Aproximou-se dele e perguntou:
- O que você está fazendo, menininho?
- Não está vendo? - respondeu o menininho - Vou colocar toda a água do mar neste buraquinho.
- Mas não vê que isso é impossível? disse o filósofo.
- É mais fácil colocar toda a água do mar neste buraquinho, do que colocar todos os mistérios de Deus na sua cabeça. - respondeu o menininho.
Daquele dia em diante o filósofo deixou de tantas indagações, pois reconheceu naquele menininho o Mestre dos Mestres. Gostou?
- Sempre gosto de ouvir suas histórias. E qual a mensagem pra mim?
- Não deixe que os mistérios de Deus o enlouqueçam. Brevemente todos lhe serão revelados. Agora vamos.
- Está bem, Alma, sei que não vai desistir. Aonde vamos?
- Ao Infinito.
sábado, 2 de julho de 2011
CORRIGINDO 20 VELHOS DITADOS
01- "É dando que se ... engravida".
02- "Quem ri por último... é retardado".
03- "Alegria de pobre... é impossível".
04- "Quem com ferro fere... não sabe como dói".
05- "Em casa de ferreiro... só tem ferro".
06- "Quem tem boca... fala. Quem tem grana é que vai a Roma!"
07- "Gato escaldado... morre, porra!"
08- "Quem espera... fica de saco cheio."
09- "Quando um não quer... o outro insiste."
10- "Os últimos serão ... os desclassificados."
11- "Há males que vêm para ... fuder com tudo mesmo!" (essa é ótima!!!)
12- "Se Maomé não vai à montanha... é porque ele se mandou pra praia."
13- "A esperança... e a sogra são as últimas que morrem."
14- "Quem dá aos pobres.... cria o filho sozinha." rsrsrsrsrsr....
15- "Depois da tempestade vem a ..... gripe."
16- "Devagar..... nunca se chega."
17- "Antes tarde do que ... mais tarde."
18- "Em terra de cego quem tem um olho é ... caolho."
19- "Quem cedo madruga... fica com sono o dia inteiro."
20- "Pau que nasce torto... urina no chão."
02- "Quem ri por último... é retardado".
03- "Alegria de pobre... é impossível".
04- "Quem com ferro fere... não sabe como dói".
05- "Em casa de ferreiro... só tem ferro".
06- "Quem tem boca... fala. Quem tem grana é que vai a Roma!"
07- "Gato escaldado... morre, porra!"
08- "Quem espera... fica de saco cheio."
09- "Quando um não quer... o outro insiste."
10- "Os últimos serão ... os desclassificados."
11- "Há males que vêm para ... fuder com tudo mesmo!" (essa é ótima!!!)
12- "Se Maomé não vai à montanha... é porque ele se mandou pra praia."
13- "A esperança... e a sogra são as últimas que morrem."
14- "Quem dá aos pobres.... cria o filho sozinha." rsrsrsrsrsr....
15- "Depois da tempestade vem a ..... gripe."
16- "Devagar..... nunca se chega."
17- "Antes tarde do que ... mais tarde."
18- "Em terra de cego quem tem um olho é ... caolho."
19- "Quem cedo madruga... fica com sono o dia inteiro."
20- "Pau que nasce torto... urina no chão."
quinta-feira, 30 de junho de 2011
sábado, 25 de junho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Quando o sono não puder ser controlado, aí vão . . .
As Dez Melhores Coisas Para Dizer Se Voce For Pego Dormindo No Trabalho:
10. "Eles me disseram no banco de sangue que isso poderia acontecer. "
9. "Isto é só um cochilo de 15 minutos para recuperar as energias,
como foi ensinado naquele curso de gerenciamento do tempo que voces me
mandaram fazer. "
8. "Eu estava imaginando como é a vida de um cego. "
7. "Eu nao estava dormindo! Eu estava meditando sobre a missao da
empresa e tentando descobrir um novo paradigma. "
6. "Eu estava verificando se meu teclado é resistente a baba. "
5. "Eu estava fazendo um exercicio altamente especifico de Yoga para
aliviar o stress do trabalho. Voces descriminam pessoas que praticam
Yoga? "
4. "Por que voce me interrompeu? Eu estava quase chegando numa solucao
para o nosso maior problema. "
3. "A maquina de café está quebrada. "
2. "Alguem deve ter posto café descafeinado no pote errado. "
E a melhor coisa a se dizer se voce for pego dormindo no
trabalho:
1. ". . . E em nome de Jesus, Amem. "
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