Amigo meu não tem defeito. Inimigo, se não tiver, eu ponho.
O primeiro suicídio a gente jamais lembra.
Dívida pra mim é sagrada. Deus lhe pague.
Não tenho tudo que amo, mas o muambeiro vai arrumar.
Casamento: 1º=ilusão, 2º=insistência, 3º=burrice.
Eu sou tão macho, mas tão macho, que o meu lado feminino é sapatão.
Mulher não vale nada, até pobre tem.
"Tudo na vida é passageiro, menos cobrador e motorista!"
"O Ministério da Saúde adverte: Ficar doente é prejudicial à saúde!"
"O estudo é a luz do saber: Economize energia não estudando!"
"Para que ter olhos azuis, se a natureza deixa os meus vermelhos?" (Bob Marley)
"O Ministério da saúde adverte que a maconha causa perda de memória e diversos outros problemas que eu já esqueci." (maconheiro não identificado)
"Todo idiota tem um dom divino: O dom de ser idiota!"
"Um dia todos saberão o que se passa na cabeça de uma mulher. O problema será parar de rir..."
domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Poesia Felicidade Fernando Pessoa
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Fernando Pessoa
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Fernando Pessoa
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
10 MANDAMENTOS DA SOLTEIRA
1 - Tenha sempre certeza de que o cão é melhor companhia que o homem. (Nossa! Comecei pegando pesado!)
2 – Tenha sempre amigas em várias faixas etárias para não ser surpreendida por casamentos coletivos. No caso de serem todas casadas, vá para o terceiro mandamento.
3 - Trate muito bem seus amigos gays. Eles são divertidos, bem-humorados, adoram sair, fazer compras no shopping e sempre lhe avisam quando você está em falta com o salão de beleza.
4 - Tenha sempre camisinha em casa: na gaveta, debaixo do armário, na cama do labrador, na calça, na carteira, debaixo do capacho, no bule de café. (Esta regra foi copiada dos 10 Mandamentos do Solteiro).
5 – Não se envolva com homens casados, a menos que você esteja procurando problema, sofrimento ou coisas afins.
6 – Saia sempre com as roupas de baixo em dia, embora a chance de rolar alguma coisa seja maior naquele saída em que você colocou aquela calçola enorme para segurar a barriga ou os culotes.
7 - Solteira que se preze investe em cursos, lê ótimos livros, assiste a filmes maravilhosos, viaja muito, e está em quase todos os sites de rede sociais da internet.
8 – Tenha sempre dois números de telefone celular: um profissional e que sua mãe liga e outro só para os periguetes.
9 - Caso não queira atender ao telefone do camarada, grave o nome NÃO ATENDA e, simplesmente, não atenda quando ele ligar.
10 – E, por último, decore a frase: “Cueca aqui em casa só em cima da cadeira. No varal ou na gaveta, nunca”.
Até que você se apaixone perdidamente, as regras acima ficam valendo.
Declaração Inusitada
Taí a poesia do garotão
Dalvinha…da minha vida…
…você é a luz do meu viver,minha vida sem você não tem sentido…sem você ñ sei se vou ao norte,leste,oeste ou sul.
Por mais q vc tenha aceitado namorar comigo eu estou mtooooooooooooooooooooooo feliz,por que o filho da puta do Gustavo Henrique tomo no cú!!!"
Note o romantismo e a delicadeza com que "João_Dalva", de 15 anos, demonstra na carta. Da para notar que ele realmente está afim de agradar a garota e não apenas sacanear o coleguinha.
Ai, ai. Esses romanticos modernos. Me surpreendem cada vez mais.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Alguém poderia me dizer como chama os cidadões que nascem em:
Alô Brasil (MT)
Beijo das Freiras (PB)
Cacha Pregos (BA)
Feliz Deserto (AL)
Jardim de Piranhas (RN)
Lagoa da Confusão (TO)
Mata Pais (SP)
Não-Me-Toque (RS)
Passa e Fica (RN)
Quebra Coco (MS)
Ressaquinha (MG)
Varre-e-Sai (RJ)
Veado Velho (CE)
Sem Peixe (MG)
Canastrão (MG)
Pessoa Anta (CE)
Naque-Nanuque (MG)
Venha-Ver (RN)
Peixe Gordo (CE)
Sombrio (SC)
.
Sopa (MG)
Nenenlândia (CE)
Bela Solidão (PE)
Tróia (CE)
Chá de Alegria (PE)
Comercinho (MG)
Jijoca de Jericoara (CE)
Corta Mão (BA)
Felpudo (PR)
Salgadinho (PA)
Mar de Espanha (MG)
Vai-de-Cães (PA)
Pintópolis (MG)
Peixe-Boi (PA)
Marmelândia (PR)
Mãe dos Homens (MG)
Congo (PA)
Chopinzinho (PR)
Almoço (PA)
Quebra-Freio (PR)
.
Xique-Xique (BA)
Chuvisco (RS)
Formigone (PR)
Uauá (BA)
Tio Hugo (RS)
Tuntum (MA)
Pedrão (BA)
Espumoso (RS)
Marajá do Sena (MA)
Não-Me-Toque (RS)
Zé Doca (MA)
Bem-Bom (BA)
Anta Gorda (RS)
Nova Iorque (MA)
Xangri-Lá (RS)
Picadinha (MS)
Baianópolis (BA)
Passo do Sabão (RS)
Nhecolândia (MS)
Tupirata (TO)
.
Tribobó (RJ)
Casinha do homem(PB)
Lavanderia (TO)
Coxixola (PB)
Carrasco Bonito (TO)
Boquete (RJ)
Candangolândia (DF)
Wanderlândia (TO)
Tartarugazinha (AM)
Canadá (GO)
Recursolândia (TO)
Feliz Natal (MT)
Marcianópolis (GO)
Combinado (TO)
Jacaré do Homens (AL)
Óleo (SP)
Rio Sono (TO)
Coité do Nóia (AL)
Bofete (SP)
Fundão (ES)
.
Boa Hora (PI)
Alô Brasil (MT)
Beijo das Freiras (PB)
Cacha Pregos (BA)
Feliz Deserto (AL)
Jardim de Piranhas (RN)
Lagoa da Confusão (TO)
Mata Pais (SP)
Não-Me-Toque (RS)
Passa e Fica (RN)
Quebra Coco (MS)
Ressaquinha (MG)
Varre-e-Sai (RJ)
Veado Velho (CE)
Sem Peixe (MG)
Canastrão (MG)
Pessoa Anta (CE)
Naque-Nanuque (MG)
Venha-Ver (RN)
Peixe Gordo (CE)
.
Sombrio (SC)
Sopa (MG)
Nenenlândia (CE)
Bela Solidão (PE)
Tróia (CE)
Chá de Alegria (PE)
Comercinho (MG)
Jijoca de Jericoara (CE)
Corta Mão (BA)
Felpudo (PR)
Salgadinho (PA)
Mar de Espanha (MG)
Vai-de-Cães (PA)
Pintópolis (MG)
Peixe-Boi (PA)
Marmelândia (PR)
Mãe dos Homens (MG)
Congo (PA)
Chopinzinho (PR)
Almoço (PA)
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Quebra-Freio (PR)
Xique-Xique (BA)
Chuvisco (RS)
Formigone (PR)
Uauá (BA)
Tio Hugo (RS)
Tuntum (MA)
Pedrão (BA)
Espumoso (RS)
Marajá do Sena (MA)
Não-Me-Toque (RS)
Zé Doca (MA)
Bem-Bom (BA)
Anta Gorda (RS)
Nova Iorque (MA)
Xangri-Lá (RS)
Picadinha (MS)
Baianópolis (BA)
Passo do Sabão (RS)
Nhecolândia (MS)
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Tupirata (TO)
Tribobó (RJ)
Casinha do homem(PB)
Lavanderia (TO)
Coxixola (PB)
Carrasco Bonito (TO)
Boquete (RJ)
Candangolândia (DF)
Wanderlândia (TO)
Tartarugazinha (AM)
Canadá (GO)
Recursolândia (TO)
Feliz Natal (MT)
Marcianópolis (GO)
Combinado (TO)
Jacaré do Homens (AL)
Óleo (SP)
Rio Sono (TO)
Coité do Nóia (AL)
Bofete (SP)
bizarros, não?
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
UMA MULHER SEM INIMIGOS
Na missa das seis horas do domingo passado, na Igreja de São Paulo, em copacabana, o padre Eusébio perguntou aos fieis, ao final da homilia:
- "quantos de vocês já conseguiram perdoar seus inimigos?"
A maioria levantou a mão. para reforçar a visão do grupo, ele voltou a repetir a mesma pergunta e então todos levantaram a mão, menos uma pequena e frágil velhinha que estava na segunda fileira, apoiada numa enfermeira particular.
- "Dona Mariazinha? A senhora não está disposta a perdoar seus inimigos ou suas inimigas?"
- "Eu não tenho inimigos!" respondeu ela, docemente.
- "Senhora mariazinha, isto é muito raro!" disse o sacerdote. e perguntou: "quantos anos tem a senhora?
e ela respondeu:
- "98 anos!"
A turma presente na igreja se levantou e aplaudiu a idosa, entusiasticamente.
- "Doce senhora Mariazinha, será que poderia vir contar para todos nós como se vive 98 anos e não se tem inimigos?"
- "Com prazer", disse ela.
Aí aquela gracinha de velhinha se dirigiu lentamente ao altar, amparada pela sua acompanhante e ocupou o púlpito. virou-se de frente para os fiéis, ajustou o microfone com suas mãozinhas trêmulas e então disse em tom solene, olhando para os presentes, todos visivelmente emocionados:
- "Porque já morreram todos, aqueles filhos da puta!"
- "quantos de vocês já conseguiram perdoar seus inimigos?"
A maioria levantou a mão. para reforçar a visão do grupo, ele voltou a repetir a mesma pergunta e então todos levantaram a mão, menos uma pequena e frágil velhinha que estava na segunda fileira, apoiada numa enfermeira particular.
- "Dona Mariazinha? A senhora não está disposta a perdoar seus inimigos ou suas inimigas?"
- "Eu não tenho inimigos!" respondeu ela, docemente.
- "Senhora mariazinha, isto é muito raro!" disse o sacerdote. e perguntou: "quantos anos tem a senhora?
e ela respondeu:
- "98 anos!"
A turma presente na igreja se levantou e aplaudiu a idosa, entusiasticamente.
- "Doce senhora Mariazinha, será que poderia vir contar para todos nós como se vive 98 anos e não se tem inimigos?"
- "Com prazer", disse ela.
Aí aquela gracinha de velhinha se dirigiu lentamente ao altar, amparada pela sua acompanhante e ocupou o púlpito. virou-se de frente para os fiéis, ajustou o microfone com suas mãozinhas trêmulas e então disse em tom solene, olhando para os presentes, todos visivelmente emocionados:
- "Porque já morreram todos, aqueles filhos da puta!"
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
PEQUENO DICIONÁRIO EUFEMÍSTICO
Não corra o risco de ofender alguém inadvertidamente. Com este pequeno dicionário eufemístico você estará sempre respeitando o próximo.
Analfabeto - Indivíduo carente de A a Z.
Baixinho - Cidadão subdimensionado.
Bicha - Uma mulher querendo sair e vários homens querendo entrar.
Brocha - Indivíduo com reduzido fluxo sanguíneo.
Brega - Pessoa com tremendo bom gosto mas que disfarça muito bem.
Burro - Portador de inteligência incubada.
Careca - Homem destituído de proteção encefálica.
Chato - Indivíduo cuja presença provoca ausência.
Corno - Homem de uma mulher de muitos homens.
Contrabandista - Comerciante que aceita encomendas para viagem.
Covarde - Aquele que não teme a fuga.
Egoísta - Aquele que até pensaria nos outros... se os outros existissem.
Estelionatário - Aquele que nunca paga pra ver.
Estuprador - Praticante de sexo não-autorizado.
Feio - Elemento possuidor de beleza impenetrável.
Gago - Pessoa dotada de eco interior.
Gordo - Indivíduo hipercircunferenciado.
Grosso - Aquele que usa os intestinos para falar.
Impaciente - Aquele que só pensa no próximo.
Incompetente - Profissional que só erra quando tenta fazer.
Invejoso - Sujeito que não tem tudo o que ama, mas ama tudo o que os outros têm.
Ladrão - Aquele que pega emprestado para sempre.
Mau-caráter - Aquele que para subir, desce.
Mentiroso - Pessoa que não acredita na verdade.
Narigudo - Sujeito ávido por oxigênio.
Pobre - Indivíduo abandonado pelo dinheiro.
Perverso - Aquele que curte o mau pela raiz.
Pessimista - Aquele que tem sempre um problema para cada tipo de solução.
Pretensioso - Aquele que tem idéias sempre geniais, mas nunca originais.
Puxa-saco - Pessoa perseguida pela sorte de trabalhar sempre com pessoas maravilhosas.
Sadomasoquista - Aquele que pede para bater antes de entrar.
Terrorista - Pessoa que explode fácil.
Trombadão - Elemento cuja presença causa enorme impacto.
Trombadinha - Mocinho bandido.
Vagabundo - Elemento que só faz trabalho forçado.
Analfabeto - Indivíduo carente de A a Z.
Baixinho - Cidadão subdimensionado.
Bicha - Uma mulher querendo sair e vários homens querendo entrar.
Brocha - Indivíduo com reduzido fluxo sanguíneo.
Brega - Pessoa com tremendo bom gosto mas que disfarça muito bem.
Burro - Portador de inteligência incubada.
Careca - Homem destituído de proteção encefálica.
Chato - Indivíduo cuja presença provoca ausência.
Corno - Homem de uma mulher de muitos homens.
Contrabandista - Comerciante que aceita encomendas para viagem.
Covarde - Aquele que não teme a fuga.
Egoísta - Aquele que até pensaria nos outros... se os outros existissem.
Estelionatário - Aquele que nunca paga pra ver.
Estuprador - Praticante de sexo não-autorizado.
Feio - Elemento possuidor de beleza impenetrável.
Gago - Pessoa dotada de eco interior.
Gordo - Indivíduo hipercircunferenciado.
Grosso - Aquele que usa os intestinos para falar.
Impaciente - Aquele que só pensa no próximo.
Incompetente - Profissional que só erra quando tenta fazer.
Invejoso - Sujeito que não tem tudo o que ama, mas ama tudo o que os outros têm.
Ladrão - Aquele que pega emprestado para sempre.
Mau-caráter - Aquele que para subir, desce.
Mentiroso - Pessoa que não acredita na verdade.
Narigudo - Sujeito ávido por oxigênio.
Pobre - Indivíduo abandonado pelo dinheiro.
Perverso - Aquele que curte o mau pela raiz.
Pessimista - Aquele que tem sempre um problema para cada tipo de solução.
Pretensioso - Aquele que tem idéias sempre geniais, mas nunca originais.
Puxa-saco - Pessoa perseguida pela sorte de trabalhar sempre com pessoas maravilhosas.
Sadomasoquista - Aquele que pede para bater antes de entrar.
Terrorista - Pessoa que explode fácil.
Trombadão - Elemento cuja presença causa enorme impacto.
Trombadinha - Mocinho bandido.
Vagabundo - Elemento que só faz trabalho forçado.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
‘Ex-amor’ e ‘Quase amor’
Ex-amor
Felipe Moura Brasil (Pim)
Agora estamos no mesmo bar, um de cada lado, e só sei de sua presença pelos outros. Não a procuro entre mesas, fregueses e garçons, não sei se me interessa vê-la. Ser visto, quiçá. Se ainda a amo? É estranho isso. Um amor bloqueado, interrompido, metido às pressas no porão sob ameaças de bombardeio. Ele fica esmurrando a porta, tremendo a fechadura, como quem quer subir de volta, mas prefiro acreditar que apenas se exercite, que tenha encontrado turbinas ocultas para, movimentando-se, gerar energia à casa.
Ela pintou o cabelo, me dizem, e me fazem perguntas de sua vida como se eu soubesse responder. Aquela mulher que eles vêem ali, outro dia mesmo, eu estava dentro dela. Todos sabem que é assim. Que você saiu por alguma razão, consciente ou inconsciente, como são as razões. E querem saber qual. Querem entender o que leva duas pessoas a se ignorarem publicamente. Vão se ignorar para sempre? Talvez sim. Vamos viver um de cada lado do bar, cada qual em sua aldeia, com um ou outro garçom levando notícias daqui para lá e de lá para cá.
Mais do que eles, porém, algo nos une a distância. A música. Letras que nos descrevem, letras que nos satirizam, letras que nos aconselham. Melodias que nos decolam, melodias que nos flutuam, melodias que nos aterrissam. Algumas - letras e melodias - suspeitamos de antemão retumbantes na aldeia vizinha e só mesmo o amor pela casa para frear o impulso de dar uma olhadela por cima do muro. O bombardeio vem de dentro. É como se o porão de cá e o de lá tentassem se comunicar em código Morse. Esmurrando a porta. Tremendo a fechadura.
Posso ir embora sem vê-la, mas jamais poderei ir embora sem revivê-la. Há neste bar um homem e uma mulher que se amaram tanto que hoje aqui se ignoram. Ela está linda, eu posso sentir. Tão linda que é melhor deixá-la por lá.
Quase amor
Felipe Moura Brasil (Pim)
Como são tristes os pactos silenciosos entre aqueles que quase se amaram! Que se seduziram, se tentaram, mas, por algum motivo anterior a eles, não se consolidaram amantes. Eles se encontram numa porta de cinema - entre um ou outro amigo em comum -, ora os dois sozinhos, sabendo-se comprometidos; ora um acompanhado, em desvantagem de olhar; ora os dois em casais, como no velho pagode: “ela e o namorado dela, eu e minha namorada”. E não há o que dizer.
Há o pensamento - indômito! -, ávido por devanear hipóteses e, logo, abafá-las em algum lugar remoto entre o arrependimento e a esperança, o qual manda a razão chamar de sensatez. Como teria sido minha vida com ela? Como teria sido minha vida com ele? Se ao menos aquele jantar tivesse acontecido… Não há tempo verbal mais angustiante – e paralisante - que o futuro do pretérito. Até quando ele vai ter a chance de ser o futuro do presente?
Ex-amores tiveram a sua. Não aproveitaram. Vivem sob o consolo do inevitável, do “não era para ser”, “não dá”, “então diga que valeu”. Quase amores não valeram, ora. Não foram. Não voltaram. Ficaram entalados ali, mesmo quando correspondidos. Correspondidos no quase. No “peraí que eu volto já”. O quase, como o amor, é infinito enquanto dura - mas dura mais. Pode doer menos, mas jamais se esvai. É o triunfo da fantasia sobre a realidade e suas lembranças. Da saudade do que nem começou sobre a saudade do que já se foi. É o pênalti perdido, a bola que não entrou. Fica.
Por um “erro” de cálculo do destino – para não dizer, às vezes, nosso -, não aconteceu. Nunca se ajeitou o tal do timing. “Melhor assim”, dirão aqueles em cuja mentira preferem – ou precisam – crer, todos mestres em colocar defeitos naquilo – e naqueles - que não possuem. É o mecanismo de defesa da vida que segue, da bola pra frente, do vamos com tudo que a carroça - mais que a fila - tem que andar. E talvez elas – as carroças – se esbarrem mesmo lá na frente, onde o silêncio poderá ao menos dar palavra a um gesto, embora não, não nos guiemos pela possibilidade, sabe-se lá, vindoura.
Como são tristes os pactos silenciosos entre aqueles que quase se amaram! Eles trocam pensamentos ininteligíveis uns com os outros, e depois, descaradamente, se viram para seus atuais – e quiçá vitalícios – amores – ou tão somente amores, grandes amores, quem dirá que não? -, num abraço arrebatado de uma saudade que não lhes pertence, ou num telefonema carregado de um desejo que não despertaram, como se descarregassem silêncios antigos em quem agora lhes é de direito. Ah, como são verdadeiros os falsos gestos de amor! O que seria amar senão descarregar em alguém todo – ou quase todo - o nosso amor acumulado? Sorte a de quem passou do quase, e tem hoje quem o descarregue em si.
Felipe Moura Brasil (Pim)
Agora estamos no mesmo bar, um de cada lado, e só sei de sua presença pelos outros. Não a procuro entre mesas, fregueses e garçons, não sei se me interessa vê-la. Ser visto, quiçá. Se ainda a amo? É estranho isso. Um amor bloqueado, interrompido, metido às pressas no porão sob ameaças de bombardeio. Ele fica esmurrando a porta, tremendo a fechadura, como quem quer subir de volta, mas prefiro acreditar que apenas se exercite, que tenha encontrado turbinas ocultas para, movimentando-se, gerar energia à casa.
Ela pintou o cabelo, me dizem, e me fazem perguntas de sua vida como se eu soubesse responder. Aquela mulher que eles vêem ali, outro dia mesmo, eu estava dentro dela. Todos sabem que é assim. Que você saiu por alguma razão, consciente ou inconsciente, como são as razões. E querem saber qual. Querem entender o que leva duas pessoas a se ignorarem publicamente. Vão se ignorar para sempre? Talvez sim. Vamos viver um de cada lado do bar, cada qual em sua aldeia, com um ou outro garçom levando notícias daqui para lá e de lá para cá.
Mais do que eles, porém, algo nos une a distância. A música. Letras que nos descrevem, letras que nos satirizam, letras que nos aconselham. Melodias que nos decolam, melodias que nos flutuam, melodias que nos aterrissam. Algumas - letras e melodias - suspeitamos de antemão retumbantes na aldeia vizinha e só mesmo o amor pela casa para frear o impulso de dar uma olhadela por cima do muro. O bombardeio vem de dentro. É como se o porão de cá e o de lá tentassem se comunicar em código Morse. Esmurrando a porta. Tremendo a fechadura.
Posso ir embora sem vê-la, mas jamais poderei ir embora sem revivê-la. Há neste bar um homem e uma mulher que se amaram tanto que hoje aqui se ignoram. Ela está linda, eu posso sentir. Tão linda que é melhor deixá-la por lá.
Quase amor
Felipe Moura Brasil (Pim)
Como são tristes os pactos silenciosos entre aqueles que quase se amaram! Que se seduziram, se tentaram, mas, por algum motivo anterior a eles, não se consolidaram amantes. Eles se encontram numa porta de cinema - entre um ou outro amigo em comum -, ora os dois sozinhos, sabendo-se comprometidos; ora um acompanhado, em desvantagem de olhar; ora os dois em casais, como no velho pagode: “ela e o namorado dela, eu e minha namorada”. E não há o que dizer.
Há o pensamento - indômito! -, ávido por devanear hipóteses e, logo, abafá-las em algum lugar remoto entre o arrependimento e a esperança, o qual manda a razão chamar de sensatez. Como teria sido minha vida com ela? Como teria sido minha vida com ele? Se ao menos aquele jantar tivesse acontecido… Não há tempo verbal mais angustiante – e paralisante - que o futuro do pretérito. Até quando ele vai ter a chance de ser o futuro do presente?
Ex-amores tiveram a sua. Não aproveitaram. Vivem sob o consolo do inevitável, do “não era para ser”, “não dá”, “então diga que valeu”. Quase amores não valeram, ora. Não foram. Não voltaram. Ficaram entalados ali, mesmo quando correspondidos. Correspondidos no quase. No “peraí que eu volto já”. O quase, como o amor, é infinito enquanto dura - mas dura mais. Pode doer menos, mas jamais se esvai. É o triunfo da fantasia sobre a realidade e suas lembranças. Da saudade do que nem começou sobre a saudade do que já se foi. É o pênalti perdido, a bola que não entrou. Fica.
Por um “erro” de cálculo do destino – para não dizer, às vezes, nosso -, não aconteceu. Nunca se ajeitou o tal do timing. “Melhor assim”, dirão aqueles em cuja mentira preferem – ou precisam – crer, todos mestres em colocar defeitos naquilo – e naqueles - que não possuem. É o mecanismo de defesa da vida que segue, da bola pra frente, do vamos com tudo que a carroça - mais que a fila - tem que andar. E talvez elas – as carroças – se esbarrem mesmo lá na frente, onde o silêncio poderá ao menos dar palavra a um gesto, embora não, não nos guiemos pela possibilidade, sabe-se lá, vindoura.
Como são tristes os pactos silenciosos entre aqueles que quase se amaram! Eles trocam pensamentos ininteligíveis uns com os outros, e depois, descaradamente, se viram para seus atuais – e quiçá vitalícios – amores – ou tão somente amores, grandes amores, quem dirá que não? -, num abraço arrebatado de uma saudade que não lhes pertence, ou num telefonema carregado de um desejo que não despertaram, como se descarregassem silêncios antigos em quem agora lhes é de direito. Ah, como são verdadeiros os falsos gestos de amor! O que seria amar senão descarregar em alguém todo – ou quase todo - o nosso amor acumulado? Sorte a de quem passou do quase, e tem hoje quem o descarregue em si.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Da Música
A musica derrama-se
no corpo terroso
da palavra. Inclina-se
no mundo em mutação
do poema.
A música traz na bagagem
a memória do sangue; o caminho
do sol: Lume e cume
de palavras polidas.
A música rompe um rio de lava
por si mesmo criado. Lágrima
endurecida
onde cabem o mar
e a morte.
Casimiro de Brito, in "Canto Adolescente"
Poema de Cazuza ( nunca sofri por amor )
Nunca sofri por amor
É duro dizer
Mas nunca sofri mais de dez minutos por amor
Ninguém nunca mereceu o meu choro
Nem a falta de apetite
Vivo de músicas românticas
E não sou romântico
Deve ser a vida de artista
Deve ser assim mesmo
E se alguém me larga
Não sabe o que está perdendo
E se eu largo alguém
Não sinto a menor culpa
Será que eu nunca amei de verdade
Ou o verdadeiro amor
É assim
Eu sofro por um cão
Mas não por um coração
Faz parte da minha natureza
No máximo o que eu sinto
É pena das pessoas
Mas nunca tenho pena de mim
Eu sei que é um egoísmo cruel
E vou por esse mundo
Sem fé
Mas sei o que me importa
E quero ter comigo
O abraço certo
Dos meus amigos
Soneto do amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Vinicius de Moraes.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
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